O que será que acontece com as palavras quando elas desaparecem?
Ou será que brincam de esconde-esconde e temos buscá-las nos esconderijos dos tempos. Para onde vão as juras de amor eterno ou as terríveis sentenças de amores findos.
“Tantas palavras que eu conhecia, saíram de cartaz”. Seria muita ousadia questionar o Chico Buarque. Não me animo. Sou uma tiete inveterada e ficaria muda na sua presença. O Chico alimenta eternamente o imaginário da minha geração, dá alento aos devaneios existenciais transcende o tempo vivo. Ele fala, eu calo. Na sua presença eu fico a contemplar seus olhos multicoloridos. Bem que gostaria, é claro. Sonhar viajando nas canções ainda é permitido.
O que acontece quando as imagens valem mais que mil palavras?
Ai teria que buscar as chaves guardadas pelo Almodóvar. Meu Deus! É paranóia, megalomania? Não sei, ou não quero admitir. As mulheres do cineasta são reais, mesmo na pele de seus personagens. São engraçadas, riem e choram com elegância, só Almodóvar é capaz de dosar elegância nas horas trágicas. É elegante também na denúncia que permeia o mundo feminino. É permitido enlouquecer com ele, cantar, dançar e volver às origens.
Dedico a todos os homens solidários mesmo que não sejam poetas nem cineastas